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▼ 2018 (32)
▼ Fevereiro (32)
Exercícios com técnicas definidas, orientação e controle realizados por profissional especializado, associados às práticas e conhecimentos do Ayurveda.
Esta associação proporciona desenvolvimento das potencialidades individuais alcançando maior rapidez, performance e consistência nos resultados esperados e obtidos.
Se ganha nas habilidades motoras, na restruturação postural, na concentração, na respiração e nas modificações emocionais, físicas e motivacionais.
Conhecendo como os elementos da natureza agem em nós através das estações, climas, horários e de todo nosso modo de viver, podemos observar melhor como obter o equilíbrio e o sucesso em nossas vidas.
Para isso os exercícios físicos são associados às técnicas ayuvédicas como desintoxicação, relaxamento, meditação, yoga, aromaterapia, massagens, ao
treino mental específico e, principalmente, à alimentação.
Podem ser utilizadas outras técnicas de acordo com a necessidade do atleta como a Massagem Ayurvédica e o Shirodhara que é extremamente poderoso, por explorar uma região onde se encontram memórias profundas e conteúdos inconscientes, que podem ser compreendidos intuitivamente e transformados ou ressignificados, no sentido do equilíbrio e da vitória.
Atividade física e relaxamento profundo são os dois extremos que se encontram no
PONTO DE EQUILÍBRIO, onde a falta de um ou outro pode gerar danos físicos, emocionais e mentais.
Aqui o limite não é a dor e sim o conforto. Os melhores atletas cruzam a linha de chegada tranquilamente. Devemos praticar os treinamentos metodicamente e sempre procurando aperfeiçoa-los, pois são sempre extremamente necessários.
Nos Esportes de Aventura, nas Experienciações ao ar livre, no nosso trabalho ou estudo são onde mais notamos diferenças quando utilizamos a Metodologia Wellness de treinamento. Nós mais lembramos deles nos casos em que a maior precisão, maior eficiência e excelentes resultados são os mais estritamente necessários.
Treinamento Mental . Revisão Literária
Vinícius Júdice Paiva
O Treinamento Mental (TM), pela análise e reflexão, leva a novos comportamentos. Os esportistas de alto desempenho exibem requisitos mais favoráveis. São inteligentes, têm grande capacidade de concentração e ficam acima da média da vontade do desempenho. Seus comportamentos sugerem pronunciada consciência de si mesmos. É a expressão inabalável de si mesmos. A auto motivação é substituída pela vontade em si, quando o que importa é atingir a meta almejada."(1)
"É a imaginação de forma planejada, repetida e consciente de habilidades motoras, técnicas esportivas e estratégias táticas."(2).
Tem-se constatado que exercícios mentais regulares modificam nosso modo de pensar e sentir.
Na década de 70(3), elaborou-se um conceito conhecido como “fluxo” que designa o estado de absorção total na ação praticada. Esquecidos de nós mesmos e sem necessidade de estímulos externos, sentimos satisfação com o que estamos fazendo.
O esportista, o indivíduo comum, o idoso como também os pacientes neurológicos devem se colocar na “condição ideal de desempenho”. Eles devem saber o que podem exigir de si mesmos. A auto superação ao lado da coragem e da capacidade de suportar sofrimento fazem parte da personalidade do atleta ou pessoa comum da sociedade e exercem influência sobre o êxito esportivo e da qualidade de vida. Técnica apurada e concentração mental perfeita obtida através de TM são as bases para obtermos essa capacidade de melhora.
TM pode ser usado em diferentes fases:
• De aprendizagem;
• De aperfeiçoamento;
• Pré-competitivo;
• Competitiva;
• Pós-competitivo (FRANCO, 2000)
(Saclon, 1991)
Formas de treinamento Mental
Samulski (2), afirma que os elementos das rotinas psicológicas são: determinação de metas, controle do estresse e da ansiedade, imaginação e visualização, controle da atenção, auto verbalização positiva, relaxamento e estratégias de controle da dor.
1. Visualização é a prática de imaginar interiormente o 2. Concentração no resultado desejado de uma ação. Quando a imaginação se volta para uma sensação física ou para o impulso da execução em si de um movimento, fala-se em “treinamento ideomotor.
3. Monólogos interiores permitem afastar estímulos exteriores ou pensamentos, ajudando a reforçar a persistência.
4. O treinamento autógeno, (*) desenvolvido pelo psiquiatra alemão Johannes Heinrich Schultz tinha por objetivo minorar os medos e tensões. Em estágios avançados, consegue-se direcionar seu foco mental também para funções corpóreas, tais como a respiração e o pulso.
5. Relaxamento (**) muscular progressivo, a alternância entre contração e distensão de partes do corpo produz um nítido efeito de relaxamento.
Ayan (7), cita que, “para diminuir e estresse físico e mental pela exposição seguida a situações extremas, as técnicas de relaxamento, como relaxamento progressivo ou treinamento autógeno ajudam”. Saber lidar com o estresse e as pressões constitui um importante objetivo do TM. O ideal seria uma orientação a longo prazo quando seria possível identificar e evitar possíveis problemas com os esportistas.
Ayan (7), os principais fatores mentais no treinamento e na competição são:
relaxamento, atenção, auto-suficiência e motivação.
Um respaldo psicológico é tão importante quanto uma alimentação balanceada e programada por nutricionistas. “Afinal, o corpo físico e o estado mental”, ressalta, “são duas faces de uma mesma unidade e merecem igual atenção.” (7).
Saclon (4), cita que uma das técnicas de TM mais utilizada é a Técnica de Imaginação (TI) e dá a definição de TI segundo Richardson (1969): “TI são experiências perceptivas e sensoriais conscientes, que se produz e se refere ausência daqueles estímulos legítimos que os produzem”.
Esta definição determina que a TI propicie imitações sensoriais ou experiências perceptivas, reproduzindo-se mentalmente imagens ou sensações. O praticante é consciente e esta é a diferença entre imaginação e sonho. As experiências são produzidas sem estímulos externos conhecidos.
Estruturação do Treinamento Mental
A estrutura dos Programas de treino Psicológico (PTP), de acordo com Weinberg & Gould (1995), Martens (1987) e Bump (1989), devem respeitar três fases distintas, a saber:
1• Uma fase de educação ou formação que tem como objetivo conscientizar os agentes desportivos da importância da aprendizagem de determinadas competências psicológicas e da sua contribuição para a compreensão da influência dos diferentes fatores psicológicos no rendimento;
2• Uma fase de aquisição, focalizada nas técnicas e estratégias para a aprendizagem e mestria de diferentes competências psicológicas, visando a individualidade própria de cada atleta;
3• Uma fase de prática, incidente na automatização e integração das competências ensinadas visando a sua utilização, de uma forma sistemática, nas prestações desportivas e, mais concretamente, a sua aplicação em situações competitivas reais.
Para além destas fases os autores propõem determinadas etapas a ter em conta no desenvolvimento e implementação de programas de treino psicológico, tais como:
1• Esclarecimento de questões relativas ao tipo de serviços de treino e preparação psicológica aos atletas e treinadores;
2• Avaliação das necessidades e competências psicológicas dos atletas;
3• Determinação e identificação das competências psicológicas a trabalhar no programa de treino;
4• Elaboração do horário que poderá englobar sessões formais e informais;
5• Avaliação de controle (qualitativa e quantitativa) do programa e da sua eficácia no desenvolvimento e melhoria das competências psicológicas.
Para que a visualização mental seja um instrumento válido na melhoria da performance, os atletas precisam utilizar todos os seus sentidos e emoções, com vista a tornar a visualização o mais próxima possível da realidade, para que a sua eficácia seja maximizada.
Deste modo, um programa de treino devidamente estruturado deverá desenvolver a percepção sensorial, a nitidez e o controle da imagem, ou seja, aumentar as suas percepções da execução desportiva, desenvolver a nitidez das imagens para fortalecer os sentidos fundamentais para a execução e exercer controle sobre as imagens.
Para a estruturação do programa de treino da visualização, propomos, o modelo apresentado por Weinberg & Gould (1995) e, ainda, por Martens (1987) e Bump (1989).
Assim, o programa será estruturado em três fases:
01• Fase de educação;
02• Fase de aquisição;
03• Fase de prática.
01. Fase de Educação
Desenvolvimento
• 1ª sessão: Motivação
• 2ª sessão: Introdução às técnicas de Relaxamento
• 3ª sessão: treino de relaxamento I
• 4ª sessão: treino de relaxamento II
02. Fase de Aquisição
Desenvolvimento
• 1ª sessão: Percepção sensorial
• 2ª sessão: Nitidez da imagem
• 3ª sessão: Controle da imagem
• 4ª, 5ª e 6ª sessões: treino
Nota: o local para o desenvolvimento destas sessões deverá ser um local tranquilo, devendo, contudo, utilizar-se o local de treino, sempre que este reúna as condições de tranquilidade requeridas à concentração.
Martens (1987) refere algumas condições essenciais para o êxito do treino destas habilidades:
• Envolvimento físico adequado.
• Relaxamento.
• Motivação para a prática.
• Atitudes e expectativas corretas
• Prática sistemática
03. Fase de Prática
Para que este programa seja eficaz é preciso que a sua prática seja sistemática e incluída na rotina dos atletas, devendo ser inicialmente conciso e simples. Cada treinador deverá decidir quais os aspectos mais relevantes para as necessidades dos seus atletas e utilizar a visualização mental da forma que se adapte à situação concreta.
Esta prática sistemática deverá revestir-se da forma de sessões diárias coma duração de 10 minutos (Vealey, 1991), por um lado, e ser intercalada com a restante prática, por outro.
As sessões dedicadas ao treino da visualização, em si, deverão iniciar-se sempre pela relaxamento (cerca de 2 minutos) e só depois entrar no treino da visualização propriamente dita (6).
Quanto à utilização em simultâneo com a restante prática, o momento em que é realizada pode variar, consoante as necessidades concretas, podendo ocorrer antes das sessões de treino físico para introduzir os atletas no nível de disponibilidade mental apropriado para a prática, durante a execução técnica de uma destreza ou depois, a fim de serem reafirmados determinados aspectos nela trabalhados, fazendo-se também a análise e controle do treino realizado.
Deste modo, nesta fase, todos os exercícios realizados são específicos da modalidade em questão, aproveitando-se ao máximo os exercícios físicos, técnicos e tácticos no sentido de serem, igualmente, trabalhados através da visualização mental.
Deste modo, aumente as suas expectativas e motivação para uma prática ainda mais sistemática e planeada.
Deverá, assim, incentivar-se o atleta a elaborar um registro que contenha os diferentes tipos de exercícios e respectivas formas de avaliação.
Eficiência do Treinamento Mental
Samulski (2002), durante o período de preparação dos atletas para as Olimpíadas de Atenas de 2004 relata que foram aplicadas as seguintes estratégias na preparação individual de atletas: TM e controle emocional. As técnicas de intervenção aplicadas neste período foram: auto-motivação e estabelecimento de metas; técnicas de relaxamento; controle da ansiedade e estresse; controle da emoção, auto verbalização; imaginação e treinamento mental; estratégias de controle psicológico da dor. Problemas apresentados por atletas de diferentes esportes e técnicas cognitivas utilizadas nas Olimpíadas de Atenas de 2004.
Esporte
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Problema
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Técnica cognitiva
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Judô
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Falta de auto estima Ansiedade competitiva
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Relaxamento e respiração profunda Atitude positiva e concentração
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Taekwondo
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Ansiedade pré-competitiva
Infecção e debilidade corporal
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Relaxamento e repouso
Rotinas competitivas
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Luta
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Ansiedade pré-competitiva
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Relaxamento, respiração profunda e concentração
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Saltos ornamentais
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Fase de recuperação
Ansiedade e insegurança
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Relaxamento e respiração
Visualização dos 6 saltos
Rotinas de competição
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Natação (50m)
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Ansiedade, instabilidade emocional, mudanças de humor
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Respiração profunda
Visualização da prova (tempo)
Ativação, motivação e verbalização
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Nado sincronizado
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Ansiedade pré-competitiva
Preocupação com a arbitragem
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Relaxamento e respiração
Mentalização e visualização
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Vela
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Falta de confiança
Sinais de estresse psicossomático
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Relaxamento e respiração
Atitude positiva e verbalização
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Triatlo
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Problemas de adaptação
Recuperação entre as provas
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Relaxamento
Rotinas e recuperação entre as provas
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Mountain bike
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Ansiedade pré-competitiva
Preocupação com o resultado
Insegurança sobre o desempenho
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Relaxamento
Atitude positiva
Rotinas mentais e concentração
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Atletismo (maratona)
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Ansiedade pré-competitiva
Estresse psicossomático
Insônia
|
Relaxamento e respiração
Controle psicossomático
Rotinas competitivas
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Tênis de mesa
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Problemas de concentração
Ansiedade pré-competitiva
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Técnicas de concentração e visualização
Rotinas mentais
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Tiro
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Concentração
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Respiração e concentração
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(Dietmar Martin Samulski)
Samulski (2004), afirma, “a Psicologia do Esporte não é a única chave para a excelência olímpica, mas é um dos mais importantes e cruciais elementos para o sucesso olímpico”.
Conclusão
Esta revisão é suficiente para tomarmos conhecimento das pesquisas que estão se realizando sobre TM e podemos afirmar que este é eficaz para o desempenho nas habilidades motoras. Cabe-nos continuar a aprofundar o conhecimento desses mecanismos para tornar mais compreensível todo o processo.
O TM proporciona um treinamento para desenvolvimento e uso de potencialidades individuais. Obtêm-se ganhos de habilidades motoras (novas e já adquiridas), estratégias de jogo, restruturação postural, concentração, redução do tempo de retorna à pratica, modificações seja emocional e cognitiva, físicas ou motivacionais.
Conclui-se, assim, que o TM induz melhorias significativas no desempenho motor e na aprendizagem de novas habilidades. A utilização conjunta do treino físico e do treino mental produz uma aprendizagem significativamente superior.
Treinamento Autógeno
... consiste num método de demonstração/relaxamento humano muito utilizado em situações de treinamento Esportivo.
Consiste num processo de sugestão verbal que permite criar sensações de peso, calor, que por sua vez propiciam um relaxamento do corpo e de suas partes."(5)
Técnicas de Relaxamento
As técnicas de relaxamento introduzem as modificações de comportamento através da vivência corporal e apoiam-se em princípios comuns, nomeadamente, na importância da respiração e na modificação dos estados de contração muscular. Assim, o estado de contração muscular é acompanhado de uma tensão psicológica interior e, inversamente, a relaxamento é acompanhada de um repouso psíquico.
Modificando o estado de contração muscular a relaxamento age retroativamente sobre a tensão psíquica e sobre as perturbações daí resultantes. Como sabemos, o relaxamento favorece o controle voluntário e a diminuição do estado de tensão muscular, permitindo a gestão eficaz do stress e o controle da ansiedade.
Esta técnica pode ser usada pelo atleta visando a otimização das suas performances ou nos momentos de grande sobrecarga mental da vida quotidiana. Dentro das técnicas de relaxamento podemos considerar o método de relaxamento progressivo de Jacobson e o treino autógeno de Schultz.
Relaxamento Progressivo de Jacobson
Este método ativo é essencialmente baseado na percepção mental de sensações opostas (contrações e relaxamentos muscular) e favorece o controle mental da atividade muscular.
“A alternância voluntária das contrações e do relaxamento muscular desenvolve e afina o sentido cinestésico, permite determinar, experimentar e reconhecer a elevação da tensão quando ela se produz e controlá-la se necessário” (8).
Sabendo-se que muita ansiedade provoca falta de lucidez, mau tratamento da informação, desorganização da atividade e confusão, é óbvio que se deve procurar atingir um nível mental ótimo, o que se pode conseguir através das técnicas que vimos abordando.
Assim, a eficácia do relaxamento progressivo de Jacobson depende do nível de ansiedade sentida pelo atleta, reduzindo-a se ela é excessiva e, se demasiado baixa, é necessário considerar uma ativação tônica enérgica, sendo o relaxamento totalmente desaconselhado.
O princípio fundamental desta técnica é o de tomar, alternativamente, consciência do relaxamento e da tensão muscular nas diferentes zonas do corpo. Esta pode ser localizada nos sítios mais variados do corpo, desde a face até ao pescoço e ombros.
Assim, os vários grupos musculares são solicitados a contrair-se e de seguida a relaxar. A sequência é, portanto, tensão, sentir a tensão, relaxar e sentir a sensação de relaxamento.
Os vários grupos musculares são os seguintes:
• mão dominante
• braço dominante
• mão não dominante
• braço não dominante
• testa, olhos e nariz
• maxilares
• pescoço
• ombros
• tronco
• abdômen
• pé dominante
• perna dominante
• pé não dominante
• perna não dominante
A técnica consiste em contrair cada grupo muscular e passados alguns segundos (5 a 8) relaxar, repetindo este processo passados alguns segundos. Os músculos são trabalhados na sequência acima indicada.
No início da aprendizagem da técnica são necessários cerca de 30 minutos, mas depois o tempo é substancialmente reduzido, conseguindo-se um relaxamento generalizado focalizando-se só num grupo muscular.
(1): BRUSILOVSKKY , Sílvia, C. treinamento mental: um método para o enfoque da educação de adultos. (1983)
(2): Samulski (2002) SAMULSKI, D, Martin. Suporte psicológico aos atletas brasileiros durante as Olimpíadas de Atenas 2004 . Vev. Brs.Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.20, suplemento n.5, p.165-67, Setembro.2006
(3): CSIKSZENTMIHALYI, M. Flow: The psychology of optimal experience. New York: Harper & Row, Publishers, (1990).
(4): SACLON, Mário Roberto. treinamento mental - (1991)
(5): Manoel J. G. Tubino, Fábio m. Tubino, Fernando A.C.Garrido . Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte . 701.
(6): PALMI, J. & MARTIN, A. Programas de Enrenamiento en Imageria. Agon, nº1 Universidade de Coimbra, (1995).
(7): STEVE J. Ayan . Pensamento e ação sincronizados . Revista Mente&Cérebro, 148a edição, (2005).
(8): MISSOUM, G. Guide du training Mental. Paris, Retz, (1991).
* Imagens utilizadas são ilustrativas.
Atendimento:
Telefone: (31) 982322611 E-mail: viniciusjpaiva@gmail.com
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